Lista de Sobrenomes que podem pedir a Cidadania Italiana
Instituto Cidadania Italiana • 1 de julho de 2024

Não importa que você não assine Rossi, Ferrari, Esposito, Bianchi ou Romano. Ou que seu avô não seja da família Russo, Ricci, Marino, Rizzi, Greco ou Gallo. A lista de sobrenomes que podem solicitar a cidadania italiana é enorme. 


Afinal, mais de 1,5 milhão de emigrantes deixaram a Itália entre o fim do Século XIX e a primeira metade do Século XX para atravessar o Mediterrâneo, o Atlântico e se estabelecer por aqui.


Os dez sobrenomes acima estão entre os mais frequentes nos estudos históricos e genealógicos sobre a formação da grande colônia italiana que se estabeleceu no Brasil. Eles fazem par, no topo dessa relação, com as famílias De Luca, Mancini, Costa, Barbieri, Bernardi e Ceccon. 


Os que estão com curiosidade mais aguçada podem conferir no final deste post a relação dos 100 sobrenomes italianos mais frequentes no Brasil.


Se você pertence a uma dessas famílias, é muitíssimo provável que tenha direito ao reconhecimento da sua condição de cidadão ítalo-brasileiro. Se não pertence, não desanime, mesmo você ainda pode ter direito, para isso, leia nossos artigos sobre quem tem direito. 


Muitos sobrenomes mudaram entre o embarque em Gênova e o desembarque em Santos ou em qualquer outro porto brasileiro. Isso ocorreu porque nossos ancestrais eram pessoas muito humildes. A maioria não sabia ler nem escrever. Muitos sequer tinham documentos. 


Ao chegar ao Brasil, os imigrantes declaravam seu nome, mas os notários escreviam o que conseguiam entender nos registros de imigração. Foi assim que muitos Ferrari viraram Ferreira, Rossi viraram Rosa, e Lorenzon viraram Lourenção.


Os prenomes também eram ‘traduzidos’ na chegada. Nesse processo de nacionalização antroponímica muitos Giuseppe viraram José, Margheritas viraram Margaridas e assim por diante. Então, ainda que seu sobrenome pareça português ou espanhol, saiba que a grafia ‘abrasileirada’ pode ser produto de um erro involuntário ocorrido na chegada ao Brasil. 

E isso não impede você de ter dupla cidadania.


Cidadania italiana: pedir ou solicitar reconhecimento?


Pode parecer mera questão semântica, mas há uma grande diferença entre “pedir” a cidadania e pleitear o reconhecimento da sua condição de cidadão. Pleitear (ou solicitar) o reconhecimento da cidadania italiana é o mesmo que requerer a aplicação de um direito preexistente. 

É o caso dos descendentes de italianos nascidos no Brasil: eles já são cidadãos italianos, precisam apenas que esse status seja oficialmente reconhecido. Ao descendente, basta provar sua linhagem italiana com documentos como certidões de nascimento, casamento e óbito de toda a sua linha ascendente.


Formalmente, “pedir” a cidadania italiana é um termo que se aplica à solicitação feita por alguém que não tem um direito de sangue (Jure Sanguinis) previamente estabelecido. Por exemplo, estrangeiros que vivem na Itália, mas não descendem de italianos, e desejam se naturalizar podem pedir a cidadania italiana. 


Isso envolve um processo de naturalização, que geralmente requer residência prolongada, provas de integração cultural e linguística e, em alguns casos, a renúncia à cidadania anterior.


Como solicitar o reconhecimento da cidadania italiana se não tenho ligação sanguínea com a Itália?


Voltemos à questão anterior: todo neto, bisneto ou tetraneto de italianos (não há limite para o número de gerações) tem uma “ligação de sangue” com aquele país, por mais distante que esse vínculo pareça. 


É que a Constituição italiana consagra o Jure Sanguinis como preceito. Então, ainda que você não fale a língua, não tenha laços afetivos nem parentes conhecidos vivendo lá, você já é cidadão italiano – basta provar que é descendente para ser reconhecido como tal.

Muitas pessoas têm dificuldade em entender esse preceito porque aqui no Brasil o direito se estabelece pelo princípio do Jus Soli, que considera brasileiro todos os que nascem aqui, ainda que sejam filhos de estrangeiros. 


O reconhecimento, como se pode constatar, é um processo muito mais simples, pois o direito a ele é líquido e certo, bastando comprovar os laços ancestrais decorrentes da ascendência italiana. Você certamente se enquadra neste caso.


As mudanças na grafia dos nomes e sobrenomes podem representar um obstáculo a ser removido para que o seu pedido de reconhecimento seja aceito pelo Estado italiano. Se seu ancestral italiano sofreu essa metamorfose onomástica, prepare-se para uma maratona de buscas e correções que podem atrasar seus planos.


Antes de pensar em desistir, saiba que a maior parte dos candidatos a cidadão enfrenta e supera esse tipo de dificuldade. Com persistência e determinação, você logo terá todos os documentos em mãos para iniciar o processo. O primeiro passo é se certificar de que seu avô ou bisavô não se naturalizou brasileiro. Aqui, as traduções de nomes e as confusões com sobrenomes não vão atrapalhar. 


A pesquisa, que começa no Brasil, é simples: basta requerer uma Certidão Negativa de Naturalização à Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça. Você pode obter mais detalhes aqui.


O elo perdido que vai vincular você à dupla cidadania é a certidão de nascimento do seu antepassado italiano. Para obtê-la, você precisará descobrir o nome e sobrenome originais, bem como o local e a data de nascimento (exata ou aproximada) do nonno. 


O requerimento é feito diretamente ao registro civil do município onde seu antenato foi registrado ou batizado (até 1861, era a Igreja, em muitos locais, que registrava nascimentos, casamentos e falecimentos). 


Nessa etapa pode surgir outra dificuldade: identificar o local exato onde ele nasceu. A falta de zelo dos notários pela estrita correção dos dados na chegada dos imigrantes fez com que o porto de partida muitas vezes fosse confundido com o local de nascimento.


Desconfie das informações que constam dos documentos emitidos no Brasil se deles constar Gênova como a cidade natal do seu ascendente. É que a maioria dos oriundi partiu daquela cidade portuária, que posteriormente seria apontada como local de origem nos documentos brasileiros. 


Tenha em mente que os maiores fluxos migratórios em direção ao Brasil partiram do norte e centro da Itália.


A lista dos 100 sobrenomes italianos mais frequentes no Brasil


Vamos agora satisfazer a sua curiosidade a respeito dos 100 sobrenomes de origem italiana mais comuns em nosso país. Não se preocupe se o da sua família não constar desta relação. 


É preciso sempre lembrar que os ítalo-brasileiros (de fato ou de direito) somam ao menos 20 milhões de pessoas no Brasil, cerca de 10% da população brasileira.


A relação foi obtida de estudos levados a efeito por pesquisadores da genealogia e da história da imigração italiana no Brasil. Se você deseja se aprofundar no assunto, recomendamos a leitura da dissertação de mestrado de Rafael Cappelli Sozzi para a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.


  1. Abate
  2. Alberti
  3. Amato
  4. Andreoli
  5. Antonelli
  6. Antonini
  7. Barone
  8. Bartoli
  9. Bassi
  10. Bianchi
  11. Bianco
  12. Bonelli
  13. Bruno
  14. Calabrese
  15. Calvo
  16. Capone
  17. Carbone
  18. Caruso
  19. Casella
  20. Cassano
  21. Colombo
  22. Conte
  23. Coppola
  24. Costa
  25. D’Angelo
  26. De Luca
  27. De Rosa
  28. De Santis
  29. Donati
  30. Esposito
  31. Fabbri
  32. Farina
  33. Fazio
  34. Ferrara
  35. Ferrari
  36. Ferraro
  37. Ferretti
  38. Fiore
  39. Fontana
  40. Gallo
  41. Gentile
  42. Giordano
  43. Greco
  44. Guerra
  45. Leone
  46. Lombardi
  47. Longo
  48. Lorenzi
  49. Maggi
  50. Mancini
  51. Mariani
  52. Marino
  53. Marotta
  54. Martinelli
  55. Martino
  56. Mazza
  57. Messina
  58. Milani
  59. Morelli
  60. Moretti
  61. Napolitano
  62. Negri
  63. Pagano
  64. Palmieri
  65. Parisi
  66. Paternoster
  67. Pellegrini
  68. Pellegrino
  69. Pesce
  70. Pugliese
  71. Raffa
  72. Ricci
  73. Rinaldi
  74. Romano
  75. Rossi
  76. Rossetti
  77. Ruggiero
  78. Russo
  79. Sala
  80. Santoro
  81. Sarti
  82. Serra
  83. Silvestri
  84. Sorrentino
  85. Testa
  86. Valentini
  87. Valle
  88. Villa
  89. Vitale
  90. Vitali
  91. Zaccaro
  92. Zanetti
  93. Zanotti
  94. Zappia
  95. Zeni
  96. Zito
  97. Zuccaro
  98. Zunino
  99. Zuppa
  100. Zurru


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