Mudanças na lei da cidadania italiana? Conheça o impacto das novas propostas
Renata Bueno • 10 de fevereiro de 2025

A cidadania italiana é um direito que conecta milhões de descendentes em todo o mundo às suas raízes na Itália. No entanto, desde o dia 1º de janeiro de 2025, importantes mudanças na legislação italiana começaram a impactar diretamente esse processo.


Com o aumento da taxa consular para 600 euros por requerente maior de idade - o dobro do valor anterior - a nova medida está gerando preocupação entre os descendentes que buscam o reconhecimento da cidadania italiana iure sanguinis.


Neste artigo, vamos detalhar as alterações na "lei da cidadania italiana", seu impacto, e como uma consultoria especializada pode ajudar a garantir seus direitos.


O que está mudando na lei da cidadania italiana?

Conforme os parágrafos 639 a 641 do artigo 1º da Lei Orçamentária da Itália de 2025, o governo italiano elevou a taxa consular de 300 euros para 600 euros por requerente maior de idade. Essa medida foi justificada como uma forma de aumentar a arrecadação para fortalecer os serviços consulares e otimizar o atendimento.


No entanto, o aumento surge em um  cenário de alta demanda pelos processos de reconhecimento da cidadania italiana. Além disso, consulados italianos em diversos países, incluindo o Brasil, alertaram sobre possíveis impactos nos tempos de espera e na disponibilidade de serviços. A nova tarifa também tem gerado debates sobre a acessibilidade e o impacto financeiro para as famílias.


Principais propostas para a cidadania italiana em debate

Além do aumento da taxa consular, outras propostas têm sido discutidas no cenário político italiano, como:


  • Introdução de uma taxa adicional para processos mais rápidos: algumas propostas sugerem a criação de uma "fila prioritária" mediante pagamento de valores extras.
  • Digitalização dos processos: a implementação de sistemas digitais para acelerar o processamento de documentos.
  • Revisão das regras de transmissão da cidadania: propostas que buscam limitar ou redefinir os critérios de transmissão de cidadania por descendência, gerando preocupação entre as comunidades de descendentes.


Essas medidas estão sendo analisadas sob a ótica de seus impactos financeiros e sociais, especialmente para brasileiros com ascendência italiana.


Quem será impactado pelas mudanças na cidadania italiana?

As mudanças afetam diretamente:


  1. Descendentes de italianos: famílias com múltiplos requerentes ou com recursos financeiros limitados podem enfrentar dificuldades devido ao aumento da taxa.
  2. Comunidades fora da Itália: especialmente nos países com alta demanda, como o Brasil, onde os consulados já lidam com filas extensas.
  3. Consultorias especializadas: empresas que auxiliam no reconhecimento da cidadania também precisarão ajustar seus serviços devido às novas regras.


Cidadania por descendência: o que dizem as novas regras?

O direito à cidadania italiana por descendência é garantido, mas o aumento dos custos pode dificultar o acesso. Segundo Renata Bueno, advogada e presidente do Instituto Cidadania Italiana, a nova tarifa compromete o direito de milhões de descendentes.


Ela destaca que o custo elevado pode limitar o acesso de famílias numerosas e de pessoas com recursos limitados, criando barreiras para o exercício de um direito histórico.


Renata também propõe iniciativas legislativas para reduzir os custos e melhorar a eficiência dos serviços consulares sem onerar os cidadãos.


Os prós e contras das novas propostas para a cidadania italiana

Prós:

  • Reforço no orçamento para melhorar os serviços consulares.
  • Possível redução no tempo de espera para requerentes.
  • Incentivo à digitalização e à modernização do processo.


Contras:

  • Impacto financeiro significativo para descendentes.
  • Exclusão de famílias com menor poder aquisitivo.
  • Possível aumento na desigualdade de acesso aos direitos cidadãos.


Benefícios de obter a cidadania italiana

Reconhecer a cidadania italiana não é apenas um ato de conexão com as raízes familiares, mas também uma oportunidade de acesso a uma série de vantagens. Entre eles estão:


  • Livre circulação na União Europeia: o cidadão italiano pode viver, trabalhar e estudar em qualquer país-membro da UE sem a necessidade de vistos adicionais.
  • Educação de qualidade: muitas universidades europeias oferecem ensino gratuito ou de baixo custo para cidadãos da União Europeia.
  • Oportunidades de emprego: empresas europeias frequentemente dão preferência a cidadãos da UE em seus processos seletivos.
  • Acesso a serviços públicos: como saúde e seguridade social nos países da União Europeia.
  • Legado familiar: garantir que as futuras gerações possam usufruir dos mesmos direitos.


Diante desses benefícios, é essencial reconhecer que o processo pode ser desafiador, mas os resultados valem o esforço.


A importância de não desistir do reconhecimento

Embora as mudanças recentes possam parecer um obstáculo, desistir de buscar o reconhecimento da cidadania italiana significa abrir mão de direitos valiosos. A história, tradições e a herança cultural compartilhada pelos descendentes de italianos são uma parte importante da identidade familiar e pessoal.


Renata Bueno ressalta a importância de persistir: "A cidadania não é apenas um privilégio burocrático; é uma conexão com nossas raízes e uma ponte para um futuro com mais oportunidades."


União e organização são fundamentais para enfrentar os desafios e garantir que todos os descendentes tenham acesso a esse direito. Investir em uma consultoria especializada pode fazer toda a diferença para evitar erros e atrasos no processo.


Como as mudanças podem afetar brasileiros com ascendência italiana

O Brasil possui uma das maiores comunidades de descendentes de italianos no mundo. Dessa forma, as novas regras podem:


  • Aumentar os custos para famílias que desejam obter a cidadania.
  • Prolongar os tempos de espera devido ao impacto financeiro nos consulados.
  • Dificultar o acesso para pessoas de baixa renda, reduzindo o número de solicitações efetivas.


Como uma consultoria pode facilitar o processo de reconhecimento da cidadania italiana?

Diante das mudanças, contar com uma consultoria especializada pode ser essencial para:

  • Orientar sobre as novas exigências legais e financeiras.
  • Auxiliar na organização de documentos para evitar atrasos.
  • Garantir segurança e agilidade no processo.


O Instituto Cidadania Italiana, liderado por Renata Bueno, é uma referência no suporte aos descendentes que buscam o reconhecimento de seus direitos. A equipe oferece consultoria completa, desde a documentação até o acompanhamento junto aos consulados.


Conheça o Instituto Cidadania Italiana e garanta o seu direito

Se você tem ascendência italiana e deseja reconhecer sua cidadania, não deixe que as novas regras comprometam seu sonho.


Entre em contato com o Instituto Cidadania Italiana e conte com o suporte de especialistas comprometidos com seu direito. A cidadania é um direito, não um privilégio, e estamos aqui para ajudar você a conquistá-lo.


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A Itália deu início a uma das maiores reformas administrativas de sua história recente. A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que transforma por completo a forma como o Estado italiano se relaciona com seus cidadãos e empresas que vivem fora do país. Entre as mudanças mais significativas estão a criação de um sistema centralizado para reconhecimento da cidadania italiana , a integração total do AIRE e a modernização de serviços consulares até o ano de 2028 . Fim da cidadania italiana nos consulados: nasce o Serviço Central do MAECI Um dos pontos mais comentados da nova lei é o fim da análise da cidadania italiana por descendência (iure sanguinis) nos consulados . A partir de 2028 , todos os pedidos deverão ser enviados diretamente a um novo órgão central , vinculado ao Ministério das Relações Exteriores (MAECI) . Esse serviço será o responsável exclusivo por avaliar e reconhecer a cidadania de quem tem origem italiana no exterior. A mudança elimina as diferenças de tempo e tratamento entre consulados, um problema histórico que fazia com que alguns processos demorassem mais de uma década em determinadas jurisdições. Durante o período de transição, entre 2026 e 2027 , os consulados ainda poderão receber pedidos — mas em volume limitado: apenas o mesmo número de processos concluídos no ano anterior , respeitando um mínimo de 100 por sede. Além disso, a nova legislação define: Prazo de análise de até 36 meses (antes eram 24). Apenas documentos originais serão aceitos. Comunicações por e-mail , mesmo sem assinatura digital. Possibilidade de empresas terceirizadas cuidarem da digitalização e arquivamento, com custos repassados ao requerente. O governo italiano defende que essa centralização garantirá transparência, rastreabilidade e padronização — três pontos frequentemente criticados pelos cidadãos que enfrentam filas e burocracia excessiva nos consulados. AIRE será conectado ao sistema nacional e passará a ter sanções O AIRE (Anagrafe degli Italiani Residenti all’Estero) , que hoje funciona de maneira descentralizada, passará a integrar o banco de dados nacional (ANPR) , o mesmo usado pelas prefeituras italianas. A meta é eliminar divergências entre cadastros, facilitar a atualização de endereços e simplificar a comunicação entre quem mora fora e os órgãos públicos na Itália. Entre as principais mudanças: Multas de 200 a 1.000 euros para quem não fizer o registro no AIRE. Comunicação automática de retorno à Itália , feita diretamente entre o município, o consulado e o Ministério do Interior. Critérios mais claros sobre quem deve constar no AIRE, incluindo exceções para diplomatas, militares e professores enviados ao exterior. A modernização promete reduzir erros, evitar duplicidades e garantir que italianos no exterior tenham acesso a direitos de forma mais ágil. Dupla legalização volta a valer para documentos estrangeiros A nova lei também restaura um procedimento tradicional: a dupla legalização . Documentos emitidos fora da Itália precisarão ser reconhecidos primeiro pela autoridade local e, em seguida, pelo consulado italiano competente . A medida busca reforçar a autenticidade das assinaturas e resolver problemas práticos enfrentados por quem apresenta documentos em diferentes jurisdições. Documentos e passaportes com novas regras de emissão No campo documental, a Itália também avança na digitalização dos processos . A carteira de identidade eletrônica , por exemplo, poderá ser solicitada diretamente em municípios italianos por cidadãos residentes no exterior , sob regulamentação conjunta do MAECI e do Ministério do Interior. O documento, porém, só terá validade internacional se não houver impedimentos legais, nesses casos, trará a observação: “Documento non valido ai fini dell’espatrio”. As regras para emissão de passaportes também serão modernizadas, priorizando sistemas eletrônicos e maior integração de dados. Investimento público e nova estrutura administrativa A criação do novo sistema central exigirá investimento anual superior a 8 milhões de euros até 2028 . O MAECI receberá reforço de 87 novos servidores públicos , entre dirigentes e assistentes, e parte das taxas pagas por pedidos de cidadania será redistribuída aos consulados , garantindo recursos para a contratação de pessoal local e melhoria de atendimento. Caminho político e próximos passos A proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados com 144 votos a favor, 87 contrários e 5 abstenções , mesmo com 68 parlamentares ausentes por missão. As disposições para essa revisão seguem agora para o Senado , onde poderá receber ajustes antes da aprovação definitiva. O governo italiano afirma que a reforma pretende tornar os serviços consulares mais modernos, uniformes e eficientes , encerrando disparidades regionais e longos períodos de espera que afetam milhões de descendentes italianos no exterior. Se confirmada sem alterações, a nova estrutura entrará em vigor a partir de 2025 , com implementação completa prevista para 2028 . Fonte: Portal Italianismo
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