Naturalização e cidadania italiana: entenda as diferenças
Gustavo Messaggi • 17 de fevereiro de 2025

Sonhar com a dupla cidadania é mais do que um desejo. Para muitos, é uma oportunidade de resgatar raízes familiares, abrir portas para um futuro na Europa e vivenciar uma nova realidade cultural. No entanto, ao explorar o tema, é comum surgir a dúvida: qual a diferença entre naturalização e cidadania italiana?


Embora os dois conceitos possam parecer semelhantes, eles têm diferenças fundamentais que impactam diretamente quem busca obter o status de cidadão italiano. Neste post, vamos esclarecer cada detalhe para ajudá-lo a escolher o caminho certo.


O que é a cidadania italiana?

A cidadania italiana é um direito que pode ser adquirido por nascimento ou reconhecimento, principalmente através da descendência. Baseada no princípio do jus sanguinis (direito de sangue), a legislação italiana permite que a cidadania seja transmitida de geração em geração, sem limite, desde que a linha de transmissão não tenha sido interrompida.


Por exemplo, se um de seus avós ou bisavós era cidadão italiano, você pode ter direito ao reconhecimento da cidadania. Para isso, é necessário comprovar a linha de ascendência por meio de documentos como certidões de nascimento, casamento e óbito de seus antepassados, além de atender aos critérios definidos pela lei.


O que significa naturalização italiana?

A naturalização italiana é um processo que permite que estrangeiros se tornem cidadãos italianos, mesmo sem vínculos sanguíneos. Esse caminho é destinado a pessoas que demonstram um compromisso com a Itália, seja por meio de residência prolongada ou de laços matrimoniais.


Diferente da cidadania por descendência, a naturalização não exige laços sanguíneos e está mais ligada à vivência no país e à conexão com a comunidade local.


Quem pode solicitar a cidadania italiana?

Qualquer pessoa que possa comprovar sua descendência direta de um cidadão italiano tem direito à cidadania. Os documentos necessários incluem certidões que formem uma linha ininterrupta até o antepassado nascido na Itália. 


É importante lembrar que, em alguns casos, pode ser necessário corrigir ou traduzir documentos para atender às exigências do governo italiano.


Cidadania por descendência vs. naturalização: principais diferenças

Embora tanto a cidadania por descendência quanto a naturalização resultem no reconhecimento como cidadão italiano, os dois processos apresentam diferenças significativas.


Critério de aquisição

Cidadania por descendência: jus sanguinis, baseada em laços familiares.

Naturalização: residência, casamento ou integração à sociedade italiana.


Tempo necessário

Cidadania por descendência: o tempo varia conforme a análise documental.

Naturalização: prazo fixo, geralmente 10 anos de residência legal.


Documentação exigida

Cidadania por descendência: certidões de nascimento, casamento e óbito comprovando a linha de ascendência.

Naturalização: comprovantes de residência, casamento e integração social.


Processos legais: cidadania e naturalização na Itália

Ambos os processos exigem atenção aos detalhes, preparação documental e conhecimento das leis italianas.


O reconhecimento da cidadania por descendência pode ser feito tanto na Itália quanto nos consulados italianos no exterior, dependendo da preferência e viabilidade. Já a naturalização exige residência legal no país e um acompanhamento mais próximo das autoridades italianas.


Contar com o suporte de uma empresa de cidadania italiana que contam com advogados especializado em imigração é essencial para evitar erros e garantir um processo eficiente.


Direitos e deveres: naturalizados versus cidadãos italianos natos

Tanto os cidadãos natos quanto os naturalizados têm direitos iguais, incluindo:


  • Livre circulação na União Europeia;
  • Acesso à saúde e educação pública italiana;
  • Direito de votar e participar da vida política;
  • Autorização para trabalhar e residir em qualquer país membro da UE.


A principal diferença está na origem desse status: enquanto os natos têm a cidadania automaticamente ao nascer, os naturalizados passam por um processo de adaptação e integração cultural.


Por que entender as diferenças entre cidadania e naturalização é importante?

Ao considerar a possibilidade de obter o reconhecimento de um vínculo com outro país, muitas pessoas se deparam com dois caminhos diferentes: a cidadania e a naturalização. Embora ambos possam conceder direitos semelhantes, como oportunidades de estudo, residir e  trabalhar legalmente no exterior, eles possuem diferenças fundamentais em relação aos critérios de elegibilidade, ao processo de solicitação e até mesmo aos benefícios concedidos.


A cidadania, em muitos casos, é um direito de origem, transmitido por laços sanguíneos (jus sanguinis) ou por nascimento em determinado território (jus soli). Isso significa que, se você tem ascendência de um país que permite o reconhecimento da cidadania por descendência, pode ter direito a ela de forma automática, mesmo sem nunca ter vivido lá. Esse é o caso da cidadania italiana, portuguesa, espanhola e de diversas outras nacionalidades europeias. O processo, embora burocrático, tende a ser um reconhecimento de um direito já existente, sem a necessidade de cumprimento de requisitos como tempo mínimo de residência ou provas de integração cultural.


Já a naturalização é um processo voluntário e, muitas vezes, mais demorado, exigindo que o solicitador de conformidade com critérios específicos de impostos pelo país de destino. Normalmente, esses requisitos incluem um período mínimo de residência legal, proficiência no idioma local, conhecimento da cultura e das leis nacionais, além de outros fatores que variam em conformidade com a legislação de cada país. Em alguns casos, como nos Estados Unidos, a naturalização pode até exigir a renúncia à cidadania de origem.


Saber distinguir esses dois caminhos é fundamental para tomar uma decisão informada e evitar frustrações ao longo do processo. Para aqueles que têm direito à cidadania por descendência, iniciar o processo corretamente pode significar a obtenção de uma garantia europeia sem a necessidade de cumprimento de critérios adicionais. Por outro lado, para quem deseja se estabelecer em um novo país sem vínculos familiares diretos, a naturalização pode ser o único caminho viável, embora mais exigente.


Direitos de cada reconhecimento:

Além das diferenças nos critérios e processos, os benefícios também podem variar. Os cidadãos naturalizados podem ter algumas restrições em relação a cargas públicas ou direitos políticos, dependendo do país. Já aqueles que obtêm a cidadania por direito de sangue geralmente possuem os mesmos direitos de qualquer cidadão da nação.


Portanto, antes de iniciar qualquer processo, é essencial compreender as particularidades de cada opção, avaliar sua situação pessoal e buscar informações previstas sobre os requisitos legais do país desejado. Dessa forma, você garante que seus esforços sejam bem direcionados e aumente suas chances de sucesso na obtenção do reconhecimento da sua cidadania ou da naturalização.


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